Fé e tradição marcam as festividades em torno do Dia de São Pedro, protetor dos pescadores. Como prova de tanta devoção, logo mais às 8h30, mais de 40 jangadas erguerão suas velas brancas e sairão em procissão em homenagem ao padroeiro, na Praia do Mucuripe, à altura do Mercado dos Peixes, indo até o Náutico.
 
Segundo o padre responsável pela Paróquia de Nossa Senhora da Saúde, Alderi Leite Araújo, são aguardadas dez mil pessoas, ao longo de todo o dia, na Igreja de São Pedro, no Mucuripe. Devem ser realizadas duas celebrações, a primeira às 7h30, no calçadão da Beira-Mar, em frente à igreja, e outra às 18h30.
 
“É importante frisar que hoje já iniciamos os festejos dos 160 anos da igrejinha, que será em 2012, no dia 8 de setembro. Pretendemos assim resgatar a história e a cultura dos pescadores”, explicou o pároco.
 
Cultura
 
Logo pela manhã e à noite, além das missas, o público poderá ver as apresentações de quadrilhas, dança do coco e degustar as comidas típicas à venda nas barraquinhas, no calçadão da Beira-Mar, assim como apreciar o artesanato e pescaria local.
 
A iniciativa faz parte do projeto São João do Nordeste, que integrou a abertura da Festa de São Pedro dos Pescadores, na noite do último sábado, dia 25.
 
A Festa de São Pedro, a igrejinha homônima e seu entorno representam os primeiros bens imateriais da Capital cearense, desde 2008. A coordenadora do Patrimônio Histórico e Cultural, da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), Clélia Monastério, explicou que o apoio ao festejos não aconteceu em 2010, por conta do processo de avaliação do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico Cultural (Comphic).
 
“A Festa de São Pedro dos Pescadores é um bem que não se pode tocar com as mãos, mas que tem imenso valor por ser uma expressão própria do povo do lugar”, explicou Clélia.
 
Segundo a Secultfor, os festejos em torno de São Pedro é uma prática que se repete espontaneamente desde 1932, graças à fé e à tradição da comunidade pesqueira de Capital e de todo o litoral cearense.
 
O presidente da Colônia Z-8 de Pesca de Fortaleza, Possidônio Soares Filho, disse que essa é uma das datas mais esperadas do ano pelos devotos do santo, isso por que é o momento de agradecimento por todas as graças alcançadas.
 
“Estamos chegando à temporada em que os ventos ficam mais fortes, portanto temos a diminuição das idas ao mar, se antes fazíamos quatro viagens, agora são somente duas. Precisamos agradecer pelas boas pescas e por nos manter durante todo o ano”, disse.
 
Outras homenagens serão feitas ao santo na Barra do Ceará, e na Lagoa Redonda, com procissões e missas.