Quem circula pelas imediações da praia da Volta da Jurema, na Avenida Beira-Mar, hoje, se impressiona com a nova paisagem que se configura nas proximidades do Riacho Maceió. Com previsão de inauguração para o próximo dia 25 de julho, a área foi transformada em um parque urbano, cujas obras foram iniciadas em janeiro do ano passado. Vizinhança, comerciantes e comunidade ao redor afirmam que o projeto, além de requalificar o espaço, contribuiu para a segurança da região.
Morador do bairro Mucuripe desde a infância, Paulo Silva, consultor de vendas, disse que o lugar era conhecido pelo mau cheiro e proliferação de doenças, através dos bichos e do lixo acumulado, o que provocava enchentes nas épocas de chuva. O mesmo espaço era dividido com as mais de 80 famílias que habitavam as margens da foz do Maceió, indenizadas para instalação do parque. Sem contar que o trecho, segundo Paulo, servia de refúgio para as práticas de assalto e furto na região. "Agora, eu sempre venho aqui. Às vezes, só para ler e meditar, e, outros dias, venho com minha esposa e meus filhos. Eles ficam à vontade para correr e andar de skate", diz.
Fruto de uma Parceria Público-Privada (PPP), o projeto trata-se de uma operação urbana consorciada sob responsabilidade da Nordeste Participações e Empreendimentos Ltda (Norpar). Além da urbanização do parque, cercado por árvores, pontes e jardins, a intervenção envolveu o ordenamento do curso do Riacho Maceió – delimitado com pedra tosca -, a implantação de uma via paisagística de pedestres – que dá acesso à Avenida Abolição – e as indenizações das casas que foram retiradas. Além disso, a parceria garante dez anos de manutenção do parque, na custódia da Norpar. O trabalho contempla limpeza e serviços de jardinagem, porém não envolve serviço de segurança.
Segundo o diretor da Norpar, Saulo Militão, a vegetação dentro do córrego cresce rapidamente, cuja presença de mato e lixo foram identificadas pela reportagem, ainda que em proporções diminuídas. Ele informou que o trabalho de limpeza da Foz é realizado duas vezes por semana, mas pondera a necessidade de uma intervenção na nascente para conter a poluição.
Na manhã desta terça-feira, trabalhadores da Prefeitura de Fortaleza faziam ajustes e instalações na iluminação do local. Pela parceria, cerca de 75% da área ficam doadas à PMF, enquanto a empresa envolvida adquire outros imóveis na região, para implantação de um empreendimento imobiliário residencial, integrado ao desenho urbanístico do Riacho.
Mercado
Em frente ao espaço urbanizado, estão os contêineres provisórios dos comerciantes do Mercado dos Peixes. Já a obra para adequação dos quiosques destinados aos comerciantes de pescado, o chamado Novo Mercado dos Peixes, localizado ao fim da Avenida Beira-Mar, estava prevista para ser entregue no início de junho. Até então, segundo os permissionários, ela continua com entrega indefinida. As obras começaram em março do ano passado, pelo custo de aproximadamente R$ 231 milhões.
A reportagem visitou o espaço que está sendo requalificado, onde havia operários em atividade. Apesar de contar com boa parte das estruturas erguidas, o local estava sem a coberta, cujos alicerces metálicos tinham os vértices enferrujados. A pavimentação do terreno também estava por ser feita, entre outros acabamentos.
Para o comerciante Aderbal Lima, um dos permissionários do Mercado, a situação é desagradável, pois o espaço provisório não contempla as necessidades do grupo. "Já estamos praticamente permanentes aqui. Eles prometem e nunca tiram a gente daqui. No nosso local, era muito melhor. Tinha espaço para o cliente estacionar, espaço para os caminhões descarregarem a mercadoria", argumenta. Segundo ele, os responsáveis pelas obras estimam entrega para o fim de julho, mas ele não acredita que o prazo será cumprido.
Na visão do eletricista Francisco de Assis, morador da região há 37 anos e frequentador do Mercado, falta interesse do poder municipal. "Os jangadeiros fazem parte da história do Ceará e eles (gestores) deveriam ver com mais cuidado a área da pesca", comenta. Até o fechamento desta edição, a reportagem não obteve respostas da assessoria de imprensa da Secretaria de Turismo de Fortaleza, nem conseguiu fazer contato com o responsável pela Pasta.
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